Francisco Lyra (IBA), Ronaldo Honorato Barros dos Santos, Carlos Eduardo Falconi (ABOA), Claudia Varleria de Paula(ABOA) e Edson Luiz Gaspar(Escola Superior do Ar)
O governador Tarcísio de Freitas lançou, nesta segunda-feira (9), o programa TransplantAR Aviação Solidária, que utilizará aeronaves privadas para o transporte gratuito de órgãos destinados a transplantes. A iniciativa inovadora visa beneficiar milhares de pessoas ao acelerar a logística de captação de órgãos, aumentando as chances de sucesso nos procedimentos cirúrgicos.
Durante a cerimônia de lançamento, realizada no Palácio dos Bandeirantes, a Associação Brasileira de Operações Aeromédicas (ABOA) esteve representada pela diretora executiva Claudia de Paula Valeria e pelo Conselheiro Carlos Eduardo Falconi. O evento contou também com a presença do secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, do secretário Nacional de Aviação Civil, Tomé Barros Monteiro Franca, além de parlamentares, médicos, representantes de hospitais e entidades ligadas à saúde e aos transplantes de órgãos.
O governador Tarcísio destacou a importância do programa, que não acarretará custos aos cofres públicos, pois utilizará aeronaves privadas frequentemente ociosas em hangares para realizar os deslocamentos. “Hoje estamos falando de amor. Não podemos permitir que o gesto de doar órgãos seja perdido por falta de logística”, afirmou Tarcísio. “A ideia é usar aeronaves que podem alcançar pistas mais remotas e fazer o transporte de órgãos de forma eficiente, coordenando essa logística para salvar vidas.”
O Instituto Brasileiro de Aviação (IBA) será responsável por selecionar os proprietários das aeronaves que doarão horas de voo para o programa. Helicópteros, turboélices e jatos particulares autorizados pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) poderão ser utilizados voluntariamente. Essas aeronaves são mais ágeis que os voos comerciais, um fator crucial para o transporte de órgãos como coração e pulmão, que precisam ser transplantados em até quatro horas, e fígado, em até 12 horas após a captação.
O programa permitirá que a Central de Transplantes acione o IBA sempre que equipes de transplante precisarem de apoio aéreo para o deslocamento até o local do potencial doador. A iniciativa visa ampliar a frota de aeronaves solidárias e facilitar o transporte de equipes para a captação de órgãos em áreas remotas, reduzindo a perda de órgãos por problemas logísticos. Entre 2013 e 2023, aproximadamente 2,4% dos órgãos (coração, pulmão e fígado), o que corresponde a 965 potenciais transplantes, não foram realizados devido a dificuldades no transporte.
Eleuses Paiva destacou a importância da doação de horas de voo para a logística de captação de órgãos, dizendo: “Essa atitude solidária e de responsabilidade social nos faz acreditar ainda mais no ser humano. Com esse programa, nossa logística de captação de órgãos se tornará cada vez mais competente.”
No estado de São Paulo, cerca de 23 mil pessoas aguardavam um transplante de órgãos ou tecidos em julho deste ano. O estado é responsável por 31% de todos os transplantes realizados no Brasil. Somente no primeiro semestre de 2023, foram realizados 5.077 transplantes de coração, fígado, pâncreas, pulmão, rins e córneas. A Central de Transplantes do Estado de São Paulo registrou um aumento de 5% no volume de transplantes em relação a 2022, totalizando 8.176 transplantes de órgãos e 8.597 de tecidos até junho deste ano.
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